terça-feira, outubro 19, 2004

Não sei muito bem por onde começar, penso que abandonei a praia, a qual tanto prezava. Caminho para algures, não sei muito bem o sentido ou direcção, mas parece que me dirijo correctamente (seja para que sítio fôr).
Lembro-me constantemente de algo que outrora não dei o valor devido, ou pelo menos não me ensinaram a dar... sim porque há coisas na vida que não se aprende sozinha, há coisas que é sempre outra pessoa que nos ensina: sem ela se aperceber que ensinou, sem nós percebermos que aprendemos.
Dou valor agora a palavras soltas que podem nada significar, mas que muitas vezes significam tudo.... a frases bonitas ditas por alguém num tempo esquecido, será isto possível??
Penso que ando a perder as minhas capacidades lógicas, racionais, objectivas.....o que não é muito normal!! Tudo bem que sou rapariga, e normalmente elas não usam disso.
Afinal as raparigas são do tipo: Mas qual racionalismo?? Vamos é complicar isto ao máximo de forma a chorarmos sempre no fim.....
Tipo, planeia-se, joga-se, esquematiza-se e no final, saiu tudo ao contrário...

Por isso fica aqui um poema, cujo descobri devido às minhas ingressões no mundo internetal.


Jogo


Eu, sabendo que te amo,
E como as coisas do amor são difíceis,
Preparo em silêncio a mesa
do jogo, estendendo as peças
sobre o tabuleiro, disponho os lugares
necessários para que tudo
comece: as cadeiras
uma em frente da outra, embora saiba
que as mãos não se podem tocar,
e que para além das dificuldades,
hesitações, recuos
ou avanços impossíveis, só os olhos
transportam, talvez, uma hipótese
de entendimento. É então que chegas,
e como se o vento do norte
entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde
o fogo consome o que resta
do nosso quebra-cabeças.

Nuno Júdice


domingo, outubro 03, 2004

Que fazer??


Conto as estrelas, volto a contar, parece-me que estão sempre em constante mutação, sem que sequer me aperceba!!
Sento-me no banco do jardim, sinto o vento que há tanto me acompanha, cheiro a noite, como consegui chegar até aqui?
Como foi possível superar todas as tempestades deste meu percurso?
Mas ainda tenho de enfrentar algumas chuvas do passado, de modo a poder seguir o caminho que me espera!
Contudo tenho medo, pela primeira vez quero tanto enfrentar, seguir em frente, mas o passado prende-me, assusta-me!
Não quero enfraquecer, perder tudo aquilo que me custou várias lutas!
Quero ter forças para enfrentar......
Levanto-me, respiro, a brisa suave da noite abraça-me em auxílio, recobro forças para uma nova jornada que se aproxima.....